Assessor do LEC na busca por um investidor na SAF, Paulo Assis concedeu entrevista à Rádio Paiquerê 91’7 FM e deu mais detalhes do andamento
Na tarde desta quarta-feira (22), Paulo Assis, sócio e diretor da PlayMakers Sports Business, empresa contratada pelo Londrina Esporte Clube na busca por um investidor no futebol do clube, através da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), concedeu entrevista à Rádio Paiquerê 91,7 FM e detalhou os andamentos do processo na busca da SAF.
Destacamos alguns trechos na íntegra da entrevista:
Que tipo de trabalho você tem feito junto ao Londrina Esporte Clube nesse caminho abrindo espaço para uma possível negociação de SAF?
Paulo Assis: Basicamente, a gente iniciou o nosso trabalho desenvolvendo um planejamento para o Londrina. Inclusive esse planejamento está sendo revisado nesse momento, é dinâmico, o mercado exige essa atualização e nada mais é definir com base na vontade do Londrina, de onde ele quer chegar no futuro e qual o plano para se chegar nesse futuro? Como chegar nesse futuro? E quanto vai custar para chegar nesse futuro? A partir dessas informações, a gente aí sim, vai buscar os investidores e conversar com os investidores que já tem interesse no clube, dentro dessas premissas.
Quando você não tem esse plano, você fica muito suscetível a sorte, então, a gente sabe que é importante quem venha eventualmente investir na SAF do Londrina, o faça sabendo o que o Londrina quer, aonde o Londrina quer chegar e a gente quer facilitar esse trabalho entregando um plano, obviamente desenvolvido com muito cuidado, com muita cautela, estudando todas as possibilidades para a gente reduzir ao máximo todos os riscos envolvidos, mas sobretudo, a SAF possa significar realmente uma transformação na história do Londrina, que o Londrina possa alcançar os objetivos, voos ainda maiores e galgar ainda mais posições no cenário nacional e até antecipando algo que faça do nosso trabalho de tentar entender com os representantes do clube qual é a vontade do clube e é muito claro que o que falta ao Londrina dentro desse contexto é o clube poder conquistar o acesso para a Série A, se tornar um clube de Série A e apesar disso, a gente percebe que existe uma consciência muito grande do potencial do clube de crescimento e dentro do nosso trabalho de dizer o que é possível e o que não é possível, sendo bastante realista.
Até você citou a CBF Academy, tenho a oportunidade de dar uma aula no curso de gestão do futebol, que fala exatamente desses paradigmas do futebol, a mudança, de SAF e tem uma figurinha que tenho em minha apresentação que brinco com isso, quando a gente fala de SAF, de investidor, o torcedor pensa sempre no Chelsea, no Manchester City, no PSG, clubes que foram investidos por fundos bilionários que parecem que o dinheiro é infinito e na verdade, não é bem isso, nós aqui sabemos que não temos uma perspectiva de trazer um investidor que vai colocar dinheiro no Londrina em qualquer quantia, temos que mostrar para ele a viabilidade do projeto, nós acreditamos muito no potencial da cidade, para fazer esse projeto ser sustentável, de crescimento, então, nosso trabalho é muito focado nesse sentido, preparar bem o terreno, desenvolver todos esses estudos e na sequência, paralelamente a isso também, ouvir e avaliar, as sondagens e abordagens que o Londrina vem recebendo ao longo do tempo, o clube é muito valorizado, isso é importante dizer, quando a gente fala dele ser valorizado não tem necessariamente haver com o valor do clube, mas com o potencial que ele pode gerar, então, diria que a gente já conversou com mais de uma dezena de interessados, de todos os perfis, de todos os tamanhos, ainda não tivemos nenhuma negociação de fato concreta, mas houve alguns aprontes, algumas aproximações que foram bastante interessantes e a gente tem uma perspectiva de em breve estar com tudo isso pronto, preparado para que a gente possa quem sabe ter uma novidade para a torcida, para toda a comunidade de Londrina sobre a SAF.
Hoje o Londrina Esporte Clube tem um parceiro no futebol que é a SM Sports. Isso pode dificultar em alguma coisa, em alguma negociação com investidores interessados na SAF do Londrina?
Não enxergo dessa forma, é uma questão contextual, da mesma forma que você tem mais um ator nesse processo, obviamente que por um lado isso poderia ser um dificultador, você tem um outro lado também que são os acessos que esse parceiro também tem, então, dentro do nosso trabalho, a gente tem conduzido as coisas para convergir, então, a gente quer acreditar que a parceria hoje existente vai ser um catalizador, um facilitador para este processo, porém, não posso deixar de dizer que nós estamos contratados pela associação do Londrina e o nosso trabalho é muito focado em buscar o que é melhor para o Londrina, repito, vamos sempre buscar a convergência, mas é preponderante que os interesses do Londrina sejam priorizados nesse processo todo que estamos trabalhando.
Nas últimas semanas foi cogitado um interesse por um grupo europeu. Chegou a ter esses contatos? Chegou a ter uma proposta oficial ou um interesse oficial?
Como é de praxe nesse tipo de negócio de compras e aquisições, todas as conversas são protegidas por cláusulas de sigilo, de confidencialidade. Então, não posso abrir aqui nenhum tipo de nome de investidor, nada disso. O que posso dizer é que realmente teve uma abordagem de um investidor europeu, que demonstrou interesse, que apresentou um interesse, mas que não houve uma formalização em relação à proposta, não chegou ao ponto da gente ter que levar isso para a avaliação do conselho do clube, mas houve sim uma sondagem, de um grupo de investidores europeus.
Tem alguma coisa que pode convergir a médio prazo numa situação mais concreta ou por enquanto está apenas no campo de interesse, de observação, de conhecimento daquilo que é o clube. O que você pode falar sobre isso?
Temos que tomar muito cuidado nesse posicionamento pois a expectativa é importante ser feita com muita cautela e cuidado, o que eu queria dizer para o torcedor é que a gente está muito empenhado em fazer com que o movimento seja rápido, mas nem sempre a velocidade que a gente quer colocar é a velocidade do mercado. O mercado, então, impõe um rito e é muito importante que ele faça esse processo com toda a cautela. É uma decisão para o Londrina geracional, o Londrina vai continuar sócio de quem quer que seja o investidor, então, tem que tomar muito cuidado e a gente está tentando equilibrar esses pratinhos para que a gente tenha a velocidade, para que esse investimento venha o quanto antes, mas ao mesmo tempo, a gente não atropele nenhuma etapa que possa fazer com a gente se arrependa no futuro.
Médio prazo, eu poderia dizer que sim, tenho uma perspectiva sim de a gente ter alguma negociação a médio prazo. Vamos ter agora dia 4 de abril o fechamento da janela de contratações no Brasil, importante o Londrina estar aí se reforçando, estar trabalhando na gestão e na parte técnica, então, aqui estou falando quanto torcedor também, é um momento delicado também de ajuste final do elenco para o início da temporada, mas tem termos de marcos temporais, para negociações principalmente pensando no mercado europeu, a probabilidade é que não aconteça nada antes do meio do ano, para alinhar as expectativas, é provável que seja do meio para o final do ano, no segundo semestre. O que obviamente se acontecer alguma coisa antes, vai ser de bom grado de todo mundo, mas alinhando as expectativas diria que para o que estamos buscando que não envolve só dinheiro, recursos com qualidade de gestão, com qualidade de quem vai vir junto para ser esse futuro sócio do Londrina, eu diria que antes do meio do ano, muito pouco provável que a gente tenha algum desfecho.
Se você puder falar, que tipo de modelo, mesmo que em linhas gerais, o Londrina considera ideal para ele? Interessante para ele nesse tipo de investimento?
O que a gente já tem definido que a SAF do Londrina será criada uma nova empresa que irá receber a idealização dos ativos do futebol do Londrina, o clube tem obviamente interesse em ter uma estrutura de treinamento, que pode ser inclusive a existente da SM Sports ou construir um próprio, dependendo da viabilidade do negócio, a gente está muito mais focado em entender e identificar o investidor que tenha potencial de investir para que o futebol do clube possa conquistar resultados esportivos melhores do que necessariamente o clube receber algum recurso para ele próprio, ou seja, a gente está desenhando um modelo de médio prazo para que esse investidor possa se comprometer com investimento financeiro no futebol do Londrina, acho que esse é o ponto mais relevante desse projeto, entender que o que nós estamos procurando é investimento para o futebol, todo o resto, estádio e a parte toda de relacionamento com o torcedor, é uma consequência do projeto esportivo, claro que irá haver uma atenção para isso, mas o principal ponto de investimento seria o futebol. Então, o desafio do planejamento é a gente montar um plano de investimento que seja compatível com a atratividade do clube, porque também não adianta a gente pedir um valor incompatível com o mercado, tão pouco, um valor que não vai ser suficiente para ser um diferencial para o clube alcançar esse desempenho esportivo.
Esse é o desafio do momento, estamos atualizando este plano de negócio, diante das novas perspectivas de mercado, mas que esse investimento mínimo, sempre é bom dizer isso, porém quando a gente fala nesse modelo, a gente sempre está dizendo investimentos mínimos, não quer dizer que o investidor que entrar possa investir mais do que aquele investimento mínimo inicialmente traçado, mas essa é a ideia. Trazer alguém que realmente vai investir, sobretudo no futebol do clube.
Para ver o programa completo em que Paulo Assis participou, basta clicar em cima do arquivo abaixo para ir até o Sportify e acompanhar na íntegra: